sábado, 10 de abril de 2010

sobrerealismos laboratoriais



nesta semana dedicada aos trabalhos pessoais, me enveredei no trabalho que havia dado inicio na semana passada através do workshop com 'david wampach', a dança: bemvinda primavera * primavera bemvinda.
estas fotografias são o primeiro resultado destes estudos, meu objetivo era entender como coreografar corpo e imagem de forma que os momentos de sobreposição não fossem instantes de dispersão, onde corpo ou imagem duelam pelo foco, mas sim, instantes de confluência 'sobrereais'.
percebi que este direcionamento que dei é resultado do desejo que tinha de continuar os estudos sobre inversão do tempo e sobreposição de imagens, encontro que também aconteceu no 'desloco 1', o trabalho de cópia de 'merce cunningham' que apresentei através dos ateliês com a 'mathilde monnier'. acredito também que era uma necessidade de entender a atividade do corpo quando colocado como "suposta" tela, sempre me soou muito desconfortável o "branco" que absorve mais luz, como o também o "deve-se" se ficar perto da tela para que não haja sombra. ao experimentar estes 'sobrerealismos' se torna muito mais claro que tudo é muito mais uma questão de escolhas do que de preceitos.
sobrereal = sobre + real  
sobre: na superfície de.
real: relativo ao que é concreto, neste caso meu corpo.

continuarei a dar passos neste sentido.

atenção, atenção: as próximas postagens já serão sobre o terceiro e último módulo do ex.e.r.ce, dedicado aos estudos sobre a captação de imagens em dança.

2 comentários:

sRG disse...

poxa... tinha escrito um textão e apagou-se. Vou tentar relembrar. Melhor, re-inventar.

Gosto do jogo de imagens, principalmente quando fazem signos explodirem. Brincar com a relação de significante e significado... explodir essa relação, passando a ser significante e significante... "Desatribuir" o significado. Loucura? talvez. (Im)possibilidade, diria.
Jogar com o imaginário coletivo. Tipo, cabeça e pubis, imagens que carregam significações bem contrapostas no imaginário coletivo e seu transcurso histórico (memória coletiva). Cabeça = aquilo que está no alto, proximo ao divino, lugar da intelectualidade, que carrega a identidade (rosto, face, etc);
Pubis = o baixo, o sexo, o grotesco, o amoral... lugar do demônio (o diabo no quadril, diria a "novíssima" poesia baiana).
TALVEZ:
Quebrar a dicotomia, atribuindo significante a significante. Cabeça-pubis. Sexo-divino. Coisas do tipo. DESLOCAR o sentido, desfazendo-se dele. Logico que aqui me refiro a sentido no conceito tradicional, como aquilo que é representado por um significante. Colocar o sentido é qualquer significante, arbitrariamente, ou dispersivamente, ou como diria derrida, disseminadamente... deslocar. Abrir a significação ao invés de fechá-la.

Rolou?
run...

no mais, beijo!
bom trabalho... lindas imagens.

sRG

ps.: escrevi no fluxo do pensamento... pordoe-me por qualquer eventualidade.

sRG disse...

re-inventar não! inventar, sempre!