Essa era uma das minhas semanas de trabalho mais esperada.Começamos um atelier com Charles Atlas, pioneiro da videodança que iniciou sua carreira de videasta na década de 70 em Nova Iorque e desenvolveu junto a diversos coreógrafos um novo diálogo entre dança e imagem, tendo a parceria de Merce Cunningham como uma das mais relevantes ao longo de sua carreira.
Charles nos mostrou diversos vídeos, entre trabalhos autorais e trabalhos que ele admira, de diferentes épocas e contextos. Foi muito interessante perceber que a complexidade de seu trabalho se encontra na simplicidade com ele resolve os problemas criativos, as soluções que ele desenvolve e como estas passam a integrar o seu estilo de trabalho.
Além dos vídeos Charles Atlas nos propôs curtos exercícios de videodança, bem simples e fundamentais para o entendimento de cada etapa de realização de um trabalho. O primeiro deles consistiu na criação de um solo de dança com a duração de um minuto para a câmera parada, como este exercício foi realizado em grupo o próximo passo foi juntar dois solos numa mesma gravação. Para a criação tínhamos monitores para nos orientar espacialmente, porém no momento da gravação não podíamos utilizar este recurso... o que foi um grande desafio de fidelidade à idéia original. E no fim da semana começamos a fazer exercícios de movimento de câmera que continuarão na próxima semana de trabalho com Charles Atlas.
Esta semana Charles também participou do ]domaine[, um evento que acontece em média duas vezes por mês no Studio Bagouet CCN Montpellier. Para esta sessão ele preparou uma montagem de uma série de trabalhos que realizou junto ao Cunningham, muitas das imagens pertencem unicamente ao seu acervo pessoal. Após o vídeo aconteceu um bate-papo mediado por Mathilde Monnier.
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