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nesta segunda e última semana de trabalho, Rémy Héritier nos propôs que a cada dia dançássemos livremente em média por 40 mintutos. diferente de sessões de improvisação neste caso tínhamos como indicação 'não interagir' diretamente com as outras pessoas, como também ao fim escrevíamos livremente durante um tempo estipulado, menor que o tempo de dança. esse exercício nos exigiu uma concentração distinta e suscitou logo de início a pergunta: o que eu faço quando eu não faço nada? a tentativa de responder à esta pergunta me levou a provocar várias estratégias, a espera, a pesquisa, o habitual, a catarse. estados corporais que me distanciaram pouco a pouco do apego com o vídeo, a necessidade ou vício que desenvolvi em engajá-lo em meus trabalhos.
a constatação deste 'desapego' veio na apresentação do último exercício, a última camada de 'deslocamento' do objeto trazido durante a deriva da semana passada. embora com preocupações da ordem da imagem, construções somente possíveis em vídeo e com a intenção de produzir um vídeo, eu consegui deslocar minhas intenções para corpo, somente para corpo, eu até me esqueci de registrar o trabalho 'por sorte' Hai-Wen, minha colega de trabalho, gravou um pouco no fim e eu pude continuar o exercício e desenvolver mais uma camada de documentação. o que me instigou neste trabalho foi ter a consciência de que cada camada de documentação revela e afirma objeto de um modo e que cabe ao artista ser atento durante a seleção dos seus interesses, pois não importa quão próximo ou distante o objeto seja da 'sua idéia de utilização dele'. e esta não importância ou não influência torna evidente o poder da associação de tudo com o tudo, ou do tudo com o quase tudo. como selecionar os detalhes que me interessam? ou como trabalhar com o desinteressante?////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
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