sexta-feira, 7 de maio de 2010

o que é um roteiro de cinema? [] qu'est-ce qu'un scénario?

Nesta segunda semana de trabalho a tarefa foi desenvolver pequenos roteiros cinematográficos. Para tal, Stéphane nos introduziu a alguns princípios básicos para a criação de roteiros. Com o máximo de três personagens por história, uns interpretaram os roteiros dos outros, tínhamos quinze minutos para ler e interpretar o roteiro alheio. A idéia era de entender em tempo real através da performance quais informações haviam permanecido e quais haviam sido importadas pelo intérprete, quais estratégias foram criadas para reportar os poucos metros quadrados bem definidos que tínhamos em imagem cinematográfica, em perspectiva e movimento de câmera. Após a primeira mostra conversávamos no intuito de trocar impressões e sugestões, em seguida refazíamos a cena na tentativa de incorporar os retornos recebidos. Todas as cenas eram feitas em 'cinema mudo', porém havia uma atenção grande em não transformar em mímica e sim, se valer do estudo feito dos diagramas de Carlos Blasis, ou seja, criar ligeiras oscilações no gesto de representação, brincar com movimento, deslocá-los do contexto habitual levando-os para um imaginário de cinema.
Além do trabalho com os roteiros começamos a trabalhar no espaço azul, o cenário do espetáculo LOVE de Loïc Touzé, [trecho: http://www.loictouze.com/vid.php?che=6&vid=vid1.swf], para desenvolver este trabalho começamos a dançar 5 imagens de morte em filmes. Através destas 5 escolhas podemos ver um pouco do cinema que permeia cada um, a natureza das imagens que habitam cada corpo. Como evidenciar as especifidades de cada morte? Como não atribuir o mesmo valor para as diferentes imagens? Qual é o tempo e lugar da imagem no espaço azul?

Assitimos ao clássico Aurora [Sunrise, 1927] um filme mudo de um dos mais importantes cineastas de gênero, o alemão F. W. Murnau [http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Wilhelm_Murnau]. Ao assistir este filme minha atenção se voltou imediatamente para a música do cinema, o som da imagem, é uma percepção quase inevitável, embora durante a formação não tenha um espaço reservado a priori para esta discussão, acredito que é um ponto muito importante de pesquisa, pois se aponta como relação intrínseca assim como a relação entre corpo e imagem em movimento.

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